Durante quatro ou cinco gerações, a prosa bárbara de Eça de Queirós embriagou, literalmente, os leitores brasileiros. Ler Eça era como tomar um narcótico. O leitor pulava da dimensão normal da vida para um plano requintado, onde a ironia fustigava como um chicote e o Portugal meio bronco e preconceituoso do século XIX se transformava em território mágico, tão apaixonante quanto os requintes de estilo do escritor, os seus galicismos ousados, as suas comparações deliciosas como aquele sorriso duma doçura de tentar abelhas. O seu primeiro romance, O Crime do Padre Amaro, despertou um sem-número de apaixonados no Brasil. O próprio Machado de Assis, que fez sérias restrições à obra, reconheceu a grandeza do colega de além-mar. As gerações seguintes continuaram amando e debatendo a obra de Eça. Essa febre se prolonga até as décadas de 1920 e 1930. Os rapazes que fizeram a revolução modernista eram leitores fanáticos de Eça.
Autor: Queiros
Editora: Global Editora
ISBN: 9788526021136
Ano: 2015
Edição: 6
Páginas: 152
Encadernação: Brochura
Formato: 13.5 x 18 x 0.8 cm