Leio nos Poemas baseados este verso, que me dá prazer: a imagem é como a máscara é, e pessoa é como fausto é, e é como lúcifer sua imagem . O texto é um objeto fetiche e esse fetiche me deseja. O texto me escolheu, através de toda uma disposição de telas invisíveis, de chicanas seletivas: o vocabulário, as referências, a legibilidade etc.; e, perdido no meio do texto (não atrás dele ao modo de um deus de maquinaria) há sempre o outro, o autor. Como instituição, o autor está morto: sua pessoa civil, passional, biográfica, desapareceu; mas no texto, de uma certa maneira, eu desejo o autor: tenho necessidade de sua figura (que não é nem sua representação nem sua projeção), tal como ele tem necessidade da minha. O que é a significância? É o sentido na medida em que é produzido sensualmente. Ricardo Pedrosa Alves escreve: fausto fustiga o muito revolvido, religa os acidentes numa carne inconsútil e dura/quer o lembrar do leitor, numa briga, quando o fato e o boato combinam missa .
Autor: Alves
Editora: Kotter
ISBN: 9788568462676
Ano: 2018
Edição: 1
Páginas: 96
Encadernação: Brochura
Formato: 16 x 23 x 0.5 cm