Raul de Leoni começou a publicar os seus poemas em um momento em que a poesia brasileira lutava para se desligar do passado, sem ter ainda perspectivas de futuro. O simbolismo estava exaurido, o modernismo ainda não se manifestara. Neste claro-escuro, o poeta lançou a plaquete Ode a um Poeta Morto (1919) e, no ano da Semana de Arte Moderna, Luz Mediterrânea. A coincidência de datas não tem nenhum significado. Os projetos poéticos de Raul de Leoni estavam muito longe da aspiração dos modernistas. A sua poesia clara, harmoniosa, clássica, pagã, em sintonia com os ideais de beleza grega e de força romana, assemelhava-se mesmo à luz mediterrânea, mas uma luz prestes a se apagar, símbolo de uma era que ia ficando para trás. A propósito, Tristão de Athayde observou que ele dizia, por todos nós, a despedida harmoniosa a um mundo que desaparecia no horizonte. Ele foi o incomparável intérprete dos nossos adeuses a Epicuro.O próprio poeta estava preso a um mundo que se despedia.
Autor: Leoni, Raul de
Editora: Global Editora
ISBN: 9788526007857
Ano: 2002
Edição: 1
Páginas: 128
Encadernação: Brochura
Formato: 14 x 21 x 0.1 cm