A mão devota, do pesquisador, professor e artista plástico José Alberto Nemer, é fruto de décadas de análise da escultura sacra de pequeno porte nos séculos 18 e 19, em Minas Gerais. Esta imáginária popular era voltada para as devoções domésticas, integrando-se a oratórios, pequenos altares que todas as casas - de pobres e ricos - costumavam manter. Muitas vezes, pela pequena dimensão, as imagens eram também levadas em viagens. Realizadas por artistas desconhecidos, seus nomes não ficaram registrados em documentos, devido ao conhecido recalque do popular a partir da idade moderna, de que nos falam historiadores como Peter Burke e Carlos Guinzburg em obras já clássicas. No Brasil, também Lúcio Costa, em ensaio magistral, repara: Convém, no entanto, desde logo reconhecer que não são sempre as obras academicamente perfeitas, dentro dos cânones greco-romanos, as quem de fato maior valor plástico possuem.