Um punhado de animais que odiamos e tememos (ou aprendemos a fazê-lo), tais como vermes, larvas, gorgulhos, fungos, ácaros e bactérias, donos do nosso pavor, a maioria seres ctônicos. Seres submersos, das profundezas, por isso, incontroláveis já que a mitologia atribui ao homem o domínio de tudo que está sobre a terra, e não fala dos que estão sob. Debaixo dela é a profundeza, a obscuridade e o demoníaco. Seres ctônicos, por sua vez, são "fazedores de mundo". Assim são alguns poetas. Calados, submersos no seu mundo, recolhem aquilo que ninguém quer mais ler, o desimportante. Desses raros, faz parte Ricardo Corona, que ouve o inaudível da mata, vê o que não se mostra. À noite, Ricardo vê os últimos vaga-lumes e os imagina coquetéis molotov, sonhando com bancos que "explodem pelos ares". Dos últimos e raros poetas que acreditam na imaginação, comedor de um mundo apodrecido, que o renova excretando lampejos rutilantes, esperando por esse fim desde o começo. - Carlos Augusto Lima
Informações sobre o Livro
Idioma : Português
Editora do livro : FORA DO CATALOGO
Autor : CORONA, RICARDO
Título do livro : Espero pelo Fim Desde o Início
Data de publicação : 30-12-1899
Gênero do livro : Não Informado
Peso : 10000 g
Quantidade de páginas : 88
Ano de publicação : 1899
Altura : 30 cm
Largura : 23 cm