A poesia de Saúl Dias privilegia a fugacidade do cotidiano pelos meios mais despojados, mais diretos, mais envolventes. Cada um dos seus livros traz consigo, logo no título, uma espécie de frêmito que simultaneamente aponta e rodeia, se é que não mesmo exibe e oculta, o que há de mais secreto na sua inspiração. Trata-se invariavelmente de títulos muito simples, reduzidos quase sempre a uma única palavra. Mas a verdade é que cada uma de tais palavras ora lhe serve para, ironicamente, exprimir, em termos de quantidade ou de tempo, um como que espanto pelo fluxo da própria produção poética -- Tanto (1934), Ainda (1938) --, ora lhe permite indicar, do modo mais conciso e ao mesmo tempo mais esquivo, quer o que subjaz a essa mesma produção - Sangue (1952), Gérmen (1960) --, quer o alvo para que incessantemente ela aponta Essência (1973) --, quer ainda, como é o caso da coletânea Vislumbre (1979) --, o também esquivo ponto de vista pelo qual toda ela se tem realizado.
Autor: Dias, Saúl
Editora: Escrituras
ISBN: 9788575312728
Ano: 2008
Edição: 1
Páginas: 256
Encadernação: Brochura
Formato: 14 x 21 x 1.4 cm