Esta couraça feita de poesia & de orgulho, como vemos na epígrafe de Flaubert que abre o livro, entrelaçando ferro & ouro numa cota de malha, é, portanto, delicadeza dos que vivem, porém também máquina de guerra; nem se pode esperar um fio de cabelo a menos que isso da poesia contemporânea. É a máquina dos hoje fatigados, que sabem que não podem esperar nada de imortal neste mundo (immortalia ne speres nos diz um título; enquanto o último poema é um corte frasal, como a própria morte, fazendo do fim um circuito ou um avesso) que se reafunda em autoritarismos canhestros, farsa de farsa de farsa, que só do lado dos massacrados cheira a tragédia. Porém num ponto Villa salta ainda além do recrudescimento (ou mesmo da redemanda) de uma poesia ativista: seu olhar crítico, duro, incisivo ao longo de pequenas sátiras, tem também o dom de um universo iluminado tem a busca de belezas, assim plurais, sem o velho monocorde do belo tem nisso o germe de um mundo que, terminando [...
Autor: Villa
Editora: Laranja Original
ISBN: 9786586042054
Ano: 2020
Edição: 1
Páginas: 176
Encadernação: Brochura
Formato: 13 x 20 x 1 cm