Este volume recolhe o texto da aula inaugural da cadeira de Semiologia Literária lido por Roland Barthes no Colégio de França em 1977. A despeito de sua extensão, trata-se de um dos textos mais intensos e mais radicais do autor. Numa linguagem por sob cuja polidez acadêmica sente-se, constante e latente, uma nota de velada ironia, Barthes denuncia na sua aula inaugural a astuciosa pluralidade do poder, cujo discurso da arrogância não é assumido apenas pelos porta-vozes do Sistema, mas se inscreve, protéico e inerradicável, no próprio mecanismo da linguagem. Como a língua implica uma relação fatal de alienação na medida em que impõe coerções iniludíveis ao falante, Barthes não hesita em chamá-la de fascista, já que fascismo não é impedir de dizer, é obrigar a dizer. Para ele, só a literatura pode fazer ouvir a língua fora do poder, por ser o lugar de eleição das forças de liberdade, quando mais não fosse pelo exercício daquela função utópica que ela sempre escolheu exercer.
Autor: Roland Barthes
Editora: Cultrix
ISBN: 9788531600296
Ano: 1996
Edição: 13
Páginas: 96
Encadernação: Brochura
Formato: 13 x 19 x 0.7 cm