Era breu quando chegamos ao vão do mundo: Fazenda Menino. Embaladas pelas luzes verdes da geodésica do quintal de uma casa, assistimos ao caminhar das estrelas ali estava o mundo velho de aroeira de Vó Geralda e sua porta aberta. A história da fazenda sempre recebeu muita atenção dos visitantes; chegou a hora de escutar suas mãos e seu corpo inteiro, mergulhar em locais mais
profundos, não apenas nos relatos dos horrores vividos por Geralda durante a ditadura militar. São contações de seus traços, tempos, dores, lutas, resistências e conquistas como mulher do sertão.
Caliandra é flor do cerrado; chamam-na ciganinha e outros nomes. É vermelha como sangue. No meio de tanta secura sertaneja, sol e calor, ela brota viva, firme e forte. Destoa e pertence à paisagem ao mesmo tempo, como é possível?
Dentro de mim, eu desejei de verdade viver. O dia em que a morte chegar pra mim, chegou, não tenho medo. Enquanto não chega, vivo e conto minhas histórias, continuo passando por riba (...)