Por Maria Marta Pereira Scherre, UFRJ/UnB O domínio natural de uma ou mais línguas é o nosso dom maior. É a expressão plena da democracia. É o exercício inequívoco da cidadania. Portanto, a Idéia da superioridade lingüística é tão perversa quanto a idéia da superioridade da raça, de cor, de cultura, de sexo e de religião. O preconceito lingüístico, derivado do equívoco milenar da superioridade lingüística, é o mais perigoso dos preconceitos: ele é naturalmente aceito pela comunidade, que transita, sem perceber, pela tênue fronteira entre língua como mecanismo de identificação e língua como mecanismo de poder. Vemos com clareza a exploração política e econômica, mas não enxergamos prontamente a dominação lingüística. É fácil dominar ou se deixar dominar por meio de línguas ou dialetos de prestígio.
Autor: Bagno, Marcos
Editora: Edicoes Loyola
ISBN: 9788515021291
Ano: 2000
Edição: 6
Páginas: 328
Formato: 16 x 23 x 1.8 cm